20 de set. de 2011

Imitando para sobreviver: camuflagem e mimetismo



A relação entre a presa e o predador é uma importante força evolutiva. Entre os predadores são selecionados os mais eficientes na identificação e captura das presas. Entre as presas são selecionadas as mais eficientes em evitarem, esconder ou não despertar o interesse do predador. 

Em algumas espécies adaptaram-se a uma menor pressão de predação desenvolvendo colorações crípticas (camuflagem), que facilitam a harmonização com a cor predominante no ambiente. Em muitas populações de insetos, lagartos e cobras que vivem em regiões florestais a cor verde foi selecionada como mais vantajosa a sobrevivência e o urso polar a raposa do ártico são brancas como a neve. 
Algumas espécies desenvolveram armas bioquímicas contras seus predadores, venenos, toxinas e impalatabilidade (gosto desagradável). Este aparato bioquímico às vezes pode matar o predador, mas muitas vezes não, mas pode ensiná-lo a evitar a presa no futuro. Aves e mamíferos são exemplos de predadores que possuem alta capacidade de aprendizagem. Muitas espécies de presas venenosas, tóxicas e impalatáveis possuem em suas populações cores vibrantes predominando em seus corpos, como o vermelho e o amarelo, especialmente. São cores de alerta aos predadores que facilitam a passagem de uma mensagem: “sou aquela espécie desagradável que você experimentou uma vez e passou mal”. A presença de cores de alerta é um processo chamado aposematismo. O aposematismo é frequente em cobras, anfíbios e borboletas. Um grande número de espécies aposemáticas que vivem no mesmo local exibem padrões de coloração em seus corpos semelhantes. A explicação para isto é que a cores de alerta de uma espécie favorece outras espécies perigosas ou desagradáveis. Então posso dizer que a seleção natural favorecerá o sucesso de organismos que imitam essas cores. Este processo é chamado mimetismo. Quando uma espécie perigosa ou desagradável apresenta características que imitam outras igualmente desagradáveis temos um caso de mimetismo Mulleriano. As semelhanças na coloração de muitas espécies de borboletas é um exemplo clássico do mimetismo Mulleriano. 
Mas há espécies que não são tóxicas, venenosas e impalatáveis que apresentam nos membros da sua população o predomínio de cores de alerta. Trata-se de um caso de oportunismo evolutivo, pois, ao se assemelharem a organismos perigosos têm vantagem, pois, também tendem a ser evitados pelos predadores. Este tipo de mimetismo é denominado mimetismo Batesiano. As semelhanças entre as cobras corais verdadeiras (família Elapidae) e falsas (família Collubridae) são um exemplo de mimetismo Batesiano. 
A eficiência do mimetismo Mulleriano e Batesiano contra os predadores dependem de um equilíbrio delicado das diferentes populações envolvidas. Só pode ocorrer onde as espécies mais tóxicas ocorrem em número suficiente a permitir os encontros que providenciar a aprendizagem dos predadores. O mimetismo não se restringe somente a uma espécie imitar cores de outras. Algumas borboletas palatáveis imitam o voo de borboletas impalatáveis. 
Algumas espécies mimetizam características morfológicas de outras espécies distantes evolutivamente. O bicho-pau que imita galhos secos de árvores, em bichos-folhas as asas possuem forma e cor de folhas da vegetação, há lagartos que possuem coloração e formas que lembram folhas secas, entre muitos outros exemplos de estratégias de mimetismo para confundir seus predadores.

Referências:

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