O documentário indicado nessa postagem é Grass, a verdadadeira história da maconha que narra como a proibição do uso se tornou mundial, discussões sobre o tema da legalização e efeitos biológicos no corpo humano. Acho que é um tema que ainda pode ser abordado em redações nos vestibulares. Bom estudo!
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26 de jun. de 2014
15 de dez. de 2011
Como funciona o vício, a tolerância e a dependência as drogas?

Para quem tem curiosidade de experimentar a sensação de
consumo de drogas, vou dar uma dica: não é preciso se envolver com uma coisa
tão perigosa e ilegal. É só comer o seu prato preferido e beijar muito aquela
pessoa que se tem paixão. As sensações de euforia e o prazer sentidos são muito
semelhantes, embora menos intensos. Você pode achar isto um exagero! Mas não é!
Estudos mostram que o consumo de drogas, a degustação de alimentos e a visão de
uma pessoa que se tem paixão ativam áreas do cérebro envolvidas com um sistema
de recompensa que estimula que a experiência prazerosa seja repetida sempre que
possível. Por isto, não resistimos ao alimento e aos lábios da paixão. Comer e
beijar é só começar! O ditado não é bem este! Mas não é uma mentira.
O mecanismo de Recompensa

Figura: Sistema líbico. VTA ou ATV é área tegmental ventral; Núcleo acúbens ou NA.
Várias partes do encéfalo estão envolvidas no mecanismo de
recompensa, em especial o sistema límbico dopaminérgico, particularmente a área
tegumental ventral (ATV), que se comunica com o núcleo acúbens (NA) inundando-o
com o neurotransmissor dopamina em situações de prazer. A liberação de dopamina
índica que a atividade é recompensadora e deverá ser repetida. É um mecanismo
muito útil que estimula as pessoas a não recusar o alimento sempre que ele
esteja disponível e que estimula as pessoas a se aproximarem para a relação
sexual, garantindo a perpetuação da espécie, mas que também acaba conduzindo as
pessoas ao vício.
Por que as drogas oferecem prazer intenso?
Para entender o efeito prazeroso das drogas é necessário ter
uma idéia de como funciona o mecanismo de recompensa do sistema límbico dopaminérgico.
Vários estímulos ativam a ATV. Neurônios da ATV fazem sinapses (comunicação)
com neurônios do NA liberando dopamina no espaço entre os neurônios (fenda sináptica).
A dopamina liberada pelos neurônios do ATV se liga em receptores da membrana
dos neurônios do NA estimulando-os. Normalmente a quantidade de dopamina liberada
é reduzida, é rapidamente ela é retirada da fenda sináptica, sendo devolvida
aos neurônios da ATV para ser posteriormente reutilizada. O que as drogas fazem
é estimular a liberação de quantidades muito maiores de dopamina ou dificultar
a sua retirada da fenda sináptica, acentuado e prolongando a sensação de prazer.
Como surge a tolerância e a dependência?
O mecanismo de recompensa tem o objetivo que certas
atividades sejam sempre repetidas. Mas com a repetição constante da ação o
organismo desenvolve tolerância e dependência, ou seja, necessita de doses cada
vez maiores e freqüentes da droga. A ação da dopamina nos neurônios do NA é a
chave deste processo.
Quando a dopamina se liga aos receptores dos neurônios do NA
ela estimula ativação de genes que coordenam a produção de substâncias celulares
que dificultam o mecanismo de recompensa, sendo necessárias doses cada vez
maiores de drogas. Mais drogas, mais dopamina.
Quando o organismo fica privado da droga (abstinência), a diminuição
na liberação de dopamina ativa genes em neurônios do NA que coordenam a
produção se substâncias celulares que tornam os neurônios hipersensíveis
(dependentes) à dopamina. Estas substâncias são muito estáveis permanecendo
semanas nas células, antes de ser destruídas. Mas muitas pessoas, mantém a
compulsão ao consumo da droga por meses, anos ou nunca se livram dela. Especula-se
que as substâncias que tornam os neurônios hipersensíveis (dependentes) podem
provocar modificações permanentes nos neurônios, fortalecendo a comunicação do
ATV com o NA fazendo que o sistema nervoso reaja permanentemente de forma exagerada
a estímulos que lembrem a presença da droga.
O uso de drogas é um processo perigoso, pois quando o
sistema nervoso se acostuma aos altos níveis de dopamina rapidamente o corpo
vicia, precisa de doses cada vez maiores e fica mais difícil se livrar da
vontade de consumir a droga. Por isto, definitivamente: drogas, diga não!

Se você quer saber mais sobre o assunto drogas leia a
matéria: Aprendendo
com ratos viciados em drogas .
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drogas,
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sistema nervoso
11 de dez. de 2011
Aprendendo com ratos viciados em drogas

Há muitos anos são realizados experimentos com drogas envolvendo animais de laboratórios, especialmente ratos, procurando obter uma melhor compreensão de como as drogas interferem no comportamento e fisiologia humana. Muitos podem se questionar, mas o que ratos podem nos dizer sobre a ação das drogas em humanos? Muita coisa, pois ambos são mamíferos, possuem muitas semelhanças fisiológicas, anatômicas, celulares e bioquímicas, compartilhando inúmeros genes que controlam suas atividades de forma muita semelhante. Praticamente todos os remédios desenvolvidos pela moderna indústria farmacêutica são testados quanto a sua eficiência e segurança em ratos de laboratório, para só depois em um estágio avançado da pesquisa, ser testado com segurança em cobaias humanas.
Resposta de ratos a exposição de drogas
Ratos foram colocados em gaiolas divididas em vários cômodos. Um com uma roda de exercícios, ratos gostam muitos de se manter em atividade! Outro possuía uma cama, um monte de palha. Em outro havia um mecanismo mecânico com uma alavanca azul que quando pressionado liberava água. Em outro cômodo havia um mecanismo com alavanca verde que liberava comida. No último cômodo um mecanismo com alavanca vermelha que também liberava comida.

Nesta situação o rato distribuía bem o seu tempo passeado entre os vários cômodos para fazer exercícios, dormir, saciar a sede e comer. Todos os três mecanismos eram utilizados de forma semelhante. Mas em certo momento do experimento, um dos mecanismos de fornecimento de alimento, o vermelho, foi modificado, em vez de oferecer comida ao rato, passava a oferecer como recompensa uma dose de droga (crack, heroína, cocaína, anfetamina ou diversas outras substâncias). Em poucos dias o rato apresentava uma mudança no comportamento, passando a visitar com mais freqüência o mecanismo de fornecimento de drogas (estavam tornando-se viciado). No princípio uma leve preferência, mas com o tempo, o rato visitava com mais freqüência o cômodo aumentando o consumo da droga (cada vez consumia mais). Depois de algumas semanas ele raramente saia do cômodo (a “cracolândia” da gaiola) reduzindo drasticamente o tempo dedicado a atividades básicas, como, dormir, comer e beber. Em certo momento, depois de claramente estabelecido o vício, dificultou-se o acesso a droga. Para obter uma dose a alavanca tinha que ser pressionada 100 vezes. O rato foi insistente, pressionando de forma frenética a alavanca até conseguir a recompensa química. Posteriormente, o mecanismo foi configurado para oferecer a droga com 200, 500 e mesmo 1000 tentativas. Sempre o rato viciado pressionava a alavanca até conseguir a droga. Neste ponto se drogar era praticamente a única atividade da cobaia, que não comia, não bebia, não fazia exercícios e nem dormia. Quase morta, por desnutrição, desidratação e estresse o mecanismo que fornecia drogas foi retirado. Após algumas semanas sem acesso as drogas, o rato se recuperou bem. Após meses sem ter contato com a droga, o mecanismo de alavanca vermelha, o que oferecia droga, foi reintroduzido vazio na gaiola. Assim que o rato percebeu a alavanca vermelha começou pressionar freneticamente na tentativa de obter a droga, como não conseguiu, foram diminuídas as tentativas. Em um determinado momento foi borrifado um spray com droga na gaiola. Ao sentir no ar a droga imediatamente o rato se dirigiu ao cômodo da alavanca vermelha e fez várias tentativas.

Como podemos ver os ratos adquirem o vício em drogas, passam a consumir doses cada vez maiores, alteram seu comportamento, deixando de realizar atividades essenciais a preservação da saúde, procuram ficar sempre perto das drogas e mesmo depois de um longo período de abstinência não perdem a compulsão de procurar as drogas.
Alguma semelhança com as pessoas?
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